A Agilidade está a Falecer

Pensei em escrever sobre a “ondinha” de ódio de estimação (que hoje em dia, infelizmente, está generalizado) atualmente em circulação sobre a agilidade estar prestes a esticar o pernil. Mas como umas calças de ganga à boca de sino em material e cor, completamente errados; prefiro nem ligar a estes tópicos repetitivos que, como a moda, são cíclicos.

Em vez disso, e porque não podemos ignorar que a Inteligência Artificial é uma realidade, se acham que os vossos dados estão 100% protegidos contra qualquer tipo de roubo, é como assumir que é impossível eu ser assaltada na vida real. E não convém esquecer que, tudo o que fazemos online tem uma pegada digital. Como o carbono, mas em vez de ser possível datar a idade de determinado fóssil, por exemplo, para nós será possível saber o que estávamos a fazer online (e ainda bem pela inexistência de fotografias que confirmem a existência daquelas calças horrendas).

Portanto, recusando-me a participar de tendências (mas estando a fazê-lo, eu sei) só quero reforçar que todas as novidades (desde as mais pequenas como serviços de streaming ou gigantes como a invenção da Internet), têm sempre períodos de resistência, medo, desconhecimento, e até aversão. Mas, como dizia o nosso brilhante poeta português:

Primeiro estranha-se, depois entranha-se
— Fernando Pessoa

E a Inteligência Artificial não é nem será excepção. As coisas surgem, evoluem, adaptam-se, reinventam-se… estão a perceber a onde quero chegar? Na realidade, o mindset Ágil nunca poderá ser “apenas uma moda”, na sua essência, porque resume apenas a nossa realidade humana de aprender e adaptar. Os nomes e frameworks e definições e post-its coloridos são apenas extras duma coisa que na realidade, e na minha humilde opinião, é a aplicação do conceito darwinista que, na teoria da evolução é resumido por: que não é a espécie mais forte, nem a mais inteligente que sobrevive, mas sim aquela que melhor se adapta às mudanças do ambiente. Simples.


Mas em casa de ferreiro…

Eu própria, quando se começou a falar de uma forma crescente e constante sobre a inteligência artificial, não liguei assim tanto. O desafio constante de lidar com as várias inteligências humanas pareceu-me suficiente para explorar. Porém, quando percebi que a IA pode permitir maior rapidez em determinadas tarefas, percebi que seria essencial complementar esta poderosa ferramenta com o que nos mantém únicos - inteligência emocional.

As leis precisam de ser criadas, aplicadas e cumpridas para permitir que este crescimento seja sustentado e ético. Mas quer tenhamos a capacidade de o fazer ou não, duvido muito que seja possível colocar novamente o génio dentro da lâmpada.


Portanto, e terminando a minha “não menção” ao tema da agilidade estar a morrer, etc, etc, etc decidi experimentar, analisar, ajustar e repetir. Por isso, continuarei a explorar esta potencial simbiose entre carne e cloud :) (fiquei orgulhosa desta ahah)

Nas próximas semanas continuarei a partilhar as minhas experiências e ajustes, se me quiseres acompanhar, estas explorações não têm tanto pó e terra para inalar como as arqueológicas :)

Boas lideranças,

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